A história da cerâmica começou com Carlos Franceschini, italiano nascido em 16 de agosto de 1852, em Massa Macinaia, na cidade de Capannori, província de Lucca, região da Toscana.
De acordo com sua bisneta, a valinhense Yeda Lopes Soares de Castro, 86 anos, Carlos veio para o Brasil por volta de 1870, onde montou em Campinas uma olaria. “Prosperando, meu bisavô foi para Itália para se casar com Maria Atilia Squalia, em 5 de novembro de 1880”, contou.
Retornando ao Brasil, em Campinas, o casal teve os filhos Elisa, Tereza, Santina, Angelina, Eugênio, Vicenzo e Alberto. “Meu bisavô depois comprou terras em Valinhos no final do século XIX. Era dele toda a área em que foi montada a fábrica Gerin Focesi [Rigesa], e até onde posteriormente se tornou os bairros São Cristóvão e parte do Bom Retiro”.
Carlos se mudou então de Campinas para Valinhos com a família no final do século XIX e montou uma olaria para o filho Eugênio, que se casou em 4 de março de 1905, com Elisabetta Capovilla, com quem teve os filhos Carlos Miguel, Atílio, Alfredo, Arthur, Alberto, Américo, Abílio, Hoche, Maria Atília, Angelina, Hilda, Ondina e Neli.
“Entre os anos de 1920 e 1930, a olaria de Eugênio passou a fabricar telhas e outros tipos de tijolos e virou a Cerâmica Concórdia – Irmãos Franceschini”, recordou Yeda.
Ao ficarem adultos, os filhos de Eugênio passaram a administrar a empresa e fundaram o clube de futebol Concórdia, com sede no campo atual do Bom Retiro, e na olaria uma cancha de bocha.
Eugênio faleceu em 2 de agosto de 1949, e a cerâmica ficou sob administração de Abílio, Hoche, Alfredo e Atílio, vindo a encerrar as atividades em 30 de outubro de 1997. Os herdeiros venderam o terreno no ano passado para que uma rede de supermercados pudesse construir uma loja no local. (Colaboraram para a matéria os pesquisadores Marcel Pazinatto e Allan Pietri, da APHV)
