“O ressecamento da pele e das mucosas (nariz, olhos e garganta) é um dos problemas mais comuns, podendo resultar em sangramentos nasais e irritações. Além disso, o risco de desidratação aumenta consideravelmente, visto que a sensação de sede tende a diminuir com a idade, enquanto a perda de líquidos é acelerada pelo calor”, diz.
Para entender o porquê desse impacto, a especialista explica que o principal desafio está na capacidade reduzida do corpo de se adaptar às mudanças ambientais. “O mecanismo de termorregulação do corpo se torna menos eficiente com o envelhecimento, tornando o idoso mais suscetível a condições como a hipertermia e a desidratação”.
A doutora ainda ressalta que as condições climáticas atuais podem agravar complicações respiratórias pré-existentes, como asma e bronquite. “A poluição e a poeira, que se concentram mais no ar seco, irritam as vias aéreas e podem provocar crises”, alerta. Por isso, ela reforça que pacientes com asma e bronquite devem sempre manter o tratamento contínuo das medicações orais ou inalatórias prescritas por seus médicos, mesmo que se sintam bem.
Diante desse cenário, medidas preventivas são essenciais para garantir o bem-estar dos idosos. Confira abaixo dicas importantes:
Hidratação constante: A principal recomendação é incentivar o consumo de líquidos, mesmo sem sentir sede. A água é fundamental, mas sucos naturais e chás de ervas também contribuem. Uma estratégia eficaz é manter uma garrafa de água sempre por perto, à vista e ao alcance do idoso, para lembrá-lo de beber.
Umidificação do ambiente: O uso de umidificadores de ar é uma ótima maneira de combater o ar seco, principalmente nos quartos, durante a noite. Para quem não tem o aparelho, uma toalha molhada ou um recipiente com água no cômodo já ajuda a melhorar a qualidade do ar.
Cuidados com a respiração e a pele: É crucial evitar saídas nos horários de pico de calor e poluição, geralmente entre 10h e 16h. Além disso, recomenda-se o uso de soro fisiológico nas narinas para mantê-las hidratadas e a aplicação de hidratantes na pele.
Alimentação adequada: Incluir na dieta alimentos ricos em água, como frutas (melancia, melão, morango) e vegetais (pepino, alface), contribui significativamente para a hidratação do organismo.
Monitoramento da saúde: É importante ficar atento a sinais como tontura, dor de cabeça, boca seca, urina escura ou redução da frequência urinária, que podem indicar desidratação. Nesses casos, a busca por atendimento médico e a realização de exames laboratoriais são fundamentais para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento adequado. Também é essencial verificar se a carteira vacinal está atualizada. Vacinas como a da influenza, COVID-19, sincicial respiratório e pneumocócica devem estar em dia para proteger a saúde das vias respiratórias.