
O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), afirmou na tarde desta segunda-feira, dia 4, que negou ao governo estadual acolher pacientes com covid-19 (novo coronavírus) da Grande São Paulo para tratamento em hospitais públicos da cidade. Segundo ele, a negativa ocorre para evitar um colapso na rede do município, que já atende os campineiros e moradores de outras cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A afirmação foi feita em live pelas redes sociais oficiais do prefeito.
Segundo ele, Campinas já tem quatro pacientes vindos da região metropolitana de São Paulo (um de Franco da Rocha e três de Francisco Morato) que estão sendo atendidos na AME (Ambulatório Médico de Especialidades), que é de gestão estadual.
A unidade, que tem 15 pessoas internadas atualmente, foi inaugurada na segunda quinzena de abril e virou o “Hospital Coronavírus”. “Conversamos e acionamos o governo do Estado. Não dava para fazer esse recebimento, pois temos medo de perder leitos. Precisamos preservar leitos para Campinas e região. Na Unicamp, de cada 10 internações, nove são da região. E estamos também amparando em 40% a região nos hospitais municipais”, disse Jonas.
Além da preocupação com o número de leitos, a prefeitura também se preocupa com a circulação de pessoas com o vírus de outras cidades e com amigos e parentes desses pacientes. “O primeiro problema é o volume, que podemos não ser capazes de atender. Os números de São Paulo são impressionantes. Cerca de 100, 200 vezes maior que aqui. E outra preocupação é a de circulação, aumentando o fluxo que viria de São Paulo”, explicou o secretário de Saúde, Carmino de Souza.
CONTROLE
Apesar da negativa do prefeito ao governo estadual, a regulação dos leitos é feita pela Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) de São Paulo, que controla diretamente a distribuição dos leitos nos hospitais estaduais (como o HC da Unicamp e o HES, de Sumaré), além da própria AME.
OUTRO LADO
O governo estadual se pronunciou sobre o assunto e informou que fará as transferências quando houver necessidade e que o SUS (Sistema Único de Saúde) é universal. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a transferência será feita pela Cross, sistema online que funciona 24 horas por dia e que verifica vagas disponíveis em hospitais do SUS em SP, sejam eles estaduais ou municipais. (Fonte: site A Cidade On)